O baile havia começado a algum tempo, não se sabe quando nem se realmente houve um começo. A música tocava sempre a mesma com um rítimo continuo e uma batida única. Rostos variados atrás de suas mascaras dançavam rítimos diferentes daquele que estava sendo tocado.
Mascaras de todos os tipos escondiam rostos com expressões jamais mostradas a alguém. Semblantes felizes, seguros, auto confiantes e sempre sorridentes estavam estampados em mascaras coloridas com cores vivas.
Todos dançavam, cada um no seu ritimo, uns mais lentos outros mais rápidos, uns pulavam empolgados, outros apenas balançavam o corpo lentamente, ainda outros rastejavam como serpentes no chão.
Um instante depois tudo estava diferente. Alguém naquele salão dançava sem sua mascara. A música também estava diferente, parecia ter vida própria, parecia vir de um lugar indistinguível, na verdade parecia fluir do ser desmascarado que dançava com perfeição, perfeição tamanha que a música parecia acompanhá-lo e não o contrário. A vida que estava na música também vinha dele. Ele próprio era a vida! Num primeiro instante todos olhavam admirados para ele, momentos depois alguns tentavam imitar seus passos, não eram poucos os que tentavam imitá-lo e destes, poucos conseguiam acompanhá-lo. Alguns diante da dificuldade desistiam e voltavam a suas danças medíocres.
Apenas um dançava sem mascara e o crucificaram!
Hoje todos podem dançar com Ele.
JoE